Camões Ribeiro do Couto Filho - Cadeira nº 07 da ATL - Patrono: Oswaldo Barbosa Guisard

“O JACÁ DO JECA”, DE CAMÕES FILHO:

UM LIVRO COMPLETO SOBRE O NOSSO CAIPIRA

 

 O escritor Camões Filho lançou no início de setembro seu novo livro, “O jacá do Jeca – histórias, usos e costumes do caipira brasileiro”, Editora PoloBrooks, 224 páginas, com ilustrações de autoria do ilustrador taubateano Bruno Fonseca. 

O autor taubateano pesquisou por mais de dez anos todo o universo do nosso caipira, percorrendo a zona rural, conversando com os caboclos, recolhendo seus causos, suas histórias, seu modo de falar. O resultado é um delicioso livro, repleto de causos, um dicionário com centenas de palavras e frases típicas dos caboclos, assim como um estudo de seu modo de falar, o chamado caipirês.

Entre os vários capítulos sobre o universo caipira, há um muito especial, com dezenas de receitas de pratos típicos da culinária caipira. Nos capítulos “Histórias que o Jeca conta” e “Os causos do Jeca”, estão centenas de histórias, lendas e causos do universo caipira. “São aquelas histórias geralmente contadas ao pé do fogão de lenha, da tradição oral, passadas de geração a geração”, explica o autor.

O JECA É A SÍNTESE DE NOSSO POVO

 Camões Filho comentou sobre sua pesquisa de campo: “Recolhi ao longo dos anos histórias, lendas e tradições populares, recheadas de mulas-sem-cabeça, lobisomens, sacis e outras assombrações, conversando com os caboclos, ouvindo seus causos. E recolhendo esse material e tudo que gira em torno do universo do nosso caipira, de repente, não mais que de repente, percebi que estava escrevendo a biografia do Jeca. Tudo isso permaneceu por longo tempo guardado no jacá de minhas memórias. Hoje abro o Jacá do Jeca e apresento ao público este livro, que tem cheiro de terra, sabor de leitoa pururuca e a mais autêntica cara de nossa gente”.

 Mas por que o escritor centrou sua história na figura do Jeca? Para explicar seu motivo, Camões Filho cita uma frase do escritor Monteiro Lobato, que ele brinca chamando-o de “pai do Jeca”. Lobato dizia que o Jeca Tatu é um piraquara do Vale do Paraíba, maravilhoso epítome, ou seja, uma síntese de nosso povo, onde se resumem todas as características da espécie.