ALFREDO BARBIERI - Cadeira nº 20 da ATL - Patrono: Monsenhor Ascânio da Cunha Brandão

Prefácio do Livro Meu Cantinho de Alfredo Barbieri

Honrada com o convite do Professor Alfredo para prefaciar “Meu Cantinho”. Indubitavelmente, asseguro que esta obra representa uma contribuição significativa para a construção de outras, presentes no cenário contemporâneo. Conforme elucida Carlos Drummond de Andrade “ esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo”. Alfredo Barbieri soube bem adequar seus escritos ao  conceito dos variados gêneros literários que se predispôs a redigir: crônicas, contos, sonetos... cujas mensagens se confundem e se entrelaçam com os vários momentos vivenciados pelo autor atrelados à sua vivência, a suas experiências ao longo de toda a sua nobre existência.

Em seus textos, vislumbram-se lembranças, afetos, amizades, consciência familiar...Por suas produções, estampam-se suas experiências de vida primeiramente com sua primeira família: sua mãe, pai figuras que lhe formaram o alicerce e que confirmam o equilíbrio de uma existência rica e digna ratificada com Deus. A religiosidade sempre fez e faz parte dos seus temas que aparece constante nos escritos deste livro.

Esta obra de Barbieri é uma feliz iniciativa do escritor que traz à baila mensagens de uma vida simples vinda de uma pessoa rica de amores... amor ao próximo, amor à família, amor aos amigos, enfim amor à vida. Suas palavras levam o leitor a se envolver com suas temáticas momento em que ele descobrirá, sem nenhum esforço, a mensagem subliminar.

Trata-se de uma obra de muita utilidade a todo o leitor que sabe apreciar uma boa literatura que se deixa levar pelos meandros da arte literária.

É notório que a humanidade está cada vez mais carente de ‘meios’ que favoreçam seu agir, seu pensar até mesmo seu ‘fazer’. Os avanços tecnológicos têm, sem dúvida, encurtado os “caminhos” do ser humano na tentativa de facilitá-los, entretanto é bem verdade que toda essa “facilidade” tem lhe causado inúmeros transtornos que vão desde aspectos físicos até  psicológicos. O mundo digital, a substituição dos livros pela tela do computador, pelo seu caráter efêmero, nem sempre levam o homem à reflexão. Chegou-se a um ponto que a humanidade vem se questionando acerca das consequências dessa rápida evolução dos últimos tempos.

A literatura, a arte literária vem como um alento, uma terapia que ameniza os contratempos do cotidiano, incutindo o equilíbrio e, ao  mesmo tempo, provocando-nos reflexão.

Vislumbro, nos textos de Barbieri, esse “mundo” que nos leva a viajar no tempo, que acalma e que nos transporta para realidades distantes e imaginárias e às vezes até inatingíveis no estilo que o caracteriza: instigante, reflexivo, sólido, verdadeiro, transparente.

É assim que o autor instiga o leitor a fazer essa espécie de viagem no Tempo: o tempo do escritor, e nesse  ínterim,  aparece a quem se dispuser a vivenciar essa viagem pelo tempo desse poeta.

Carpe diem, leitor, deguste-o com prazer e carpe diem, quam minimum crédula postero.

 

Berta Beznosai Hechtman – É Professora, Advogada e Poetisa. Membro da Academia Taubateana de Letras