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Hoje a homenagem vai para o Acadêmico Sérgio Geia. Em seu livro Folha Vadia, título que dá nome a uma de suas crônicas, o autor apresenta ao leitor um exercício de escrever crônicas, definidas como um gênero marcado pela narração de situações cotidianas sob uma ótica individual. Nesse gênero, não há longos trechos. A reflexão fica com o leitor cujos textos constituem um retrato de situações vivenciadas pelo autor.

Seu conjunto de crônicas abrange com precisão o conceito desse gênero literário o qual com muita maestria o autor redige. As coisas do tempo se confundem com as coisas da própria vida, matéria e razão da escrita. O cronista em questão evidencia os afetos, as lembranças, as vicissitudes da vida, na medida em que constrói suas narrativas. Geia busca a substância dos acontecimentos vivenciados no dia a dia: o encontro com os netos, a vivência com os filhos, suas paixões arrebatadoras, momentos de briga de vizinhos de apartamento por causa de barulho, as reflexões do andar de uma tartaruga etc.. a própria crônica Folha Vadia retrata as peripécias do próprio autor ao relatar momentos de sua infância, juventude passando pela vida adulta. Cada um de nós pode se ver em cada uma das situações retratadas. A timidez, suas venturas e desventuras... marcam a essência dessa crônica.

Na verdade, Folha Vadia, que intitula a obra, metaforicamente dizendo, retrata cada um de nós que já vivemos essas três fases da vida e, como tal, passamos por momentos turbulentos de desânimo a euforia, de tristeza a alegria em razão das adversidades que a própria vida nos apresenta.

Folha Vadia assim nos alerta que a beleza da crônica reside justamente nesse momento de capturar como um flash o essencial naquilo que seria desimportante e dizê-lo de forma descompromissada e, por isso mesmo, poética.

Parabéns, Geia!! Continue a investir nessa arte tão prazerosa que, dentre outras coisas, minimiza as adversidades que a vida nos apresenta!!

Vale a pena a sua leitura!!