MARIA MARLENE NASCIMENTO TEIXEIRA PINTO - Cadeira nº 32 da ATL - Patrono: Darcy Albernaz  

Poesia - Sem rumo

 

 

Ao deparar-me com a pintura de Firmino,

deixo-me levar pelos meus devaneios.

Sinto-me como a pequena embarcação,

singrando pelos mares sem fim,

sobre um tapete azul ondulado,

sob a luz de um sol escaldante.

Livre! Sem destino! Sem rumo!

Olho em volta e vejo as colinas perfiladas.

Uma brisa suave sussurra no meu ouvido,

enquanto as velas deixam-se acariciar pelo seu sopro.

As árvores, na minha passagem, me cumprimentam,

farfalhando, sutilmente,  as suas saias.

As ondas tímidas, em milícias, vão passando por mim

e vão à procura da alva praia para descansar...

Calmaria!

Quando a noite chegar, com seu tapete de estrelas,

a Lua ressurgirá com seu véu prateado,

acenando para o Sol que se vai...

Vou adormecer, ouvindo as proezas do mar,

segredando-me os seus mistérios,

babando as suas espumas em algum lugar.

Eu, sem mais, vou adentrar a minha alma,

adormecendo com meu doce balançar.

Amanhã, tenho a certeza

que reverei a paisagem que me fascina!

E à deriva de mim...

Vou velejar pelo mundo afora!