APRESENTAÇÃO

 

Completamos, em 2019, vinte anos de existência da ATL - Academia Taubateana de Letras, e, com enorme alegria, apresentamos a vocês, leitores, a nossa XV Coletânea.

Como disse Ruth Rocha, Ideias todo mundo tem. Como é que entram na cabeça da gente? Entram porque a gente lê, observa, conversa, vê espetáculos (https://kdfrases.com/frase/161446). E quanto mais fazemos isso, mais conseguimos colocar no papel nossa imaginação, nossas dores, nossas alegrias, porque [...] a palavra tem de lutar para não ser silêncio (Mia Couto, E se o Obama fosse africano).

Esta Coletânea conta com textos de vinte e oito acadêmicos. Ficamos contentes em razão da grande participação. Afinal, o que nos importa é escrever. Depois, façamos como Mario de Andrade: Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi

(https://www.recantodasletras.com.br/frases/3155308).

É importante salientar que o processo do escritor é lento, minucioso, constante, delicado: escrever, ler, reler, reescrever. Mas é muito prazeroso para todos nós, que a escrita nos dedicamos.

Confirmando este minucioso trabalho, cito o grande poeta Manoel de Barros: [...] aprendi que aqueles homens eram arqueólogos. E que eles faziam o serviço de escovar osso por amor. [...] Logo pensei de escovar palavras. [...] Nem doutor de curar nem doutor de fazer casa nem doutor de medir terras. Que eu queria era ser fraseador. [...]. Uso a palavra para compor meus silêncios. (Manoel de Barros, Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros, 2008, p. 15, 39, 47).

Mia Couto afirma que, quando lemos um livro, nós o reescrevemos a partir do nosso próprio olhar, das nossas vivências. Dessa forma, acredito, ele entra em nós, impregna-nos, como se de nós fizesse parte. E assim espero, que esta leitura repercuta em cada um de vocês.

 

Regina Célia Pinheiro da Silva

Presidente da ATL – Biênio 2018-2019