APRESENTAÇÃO DA COLETÂNEA

Chegamos ao fim de outro ano, que não começou totalmente “normal”: pandemia melhora, pandemia piora, e isso fez com que só lentamente retornássemos às nossas atividades. Mas não deixamos a participação literária diminuir. Tanto que, nesta edição, apresentamos a XVIII Coletânea da Academia Taubateana de Letras.

Os trabalhos expostos me levam a refletir sobre a necessidade imperiosa de incentivar a leitura. Nosso povo lê pouco e entende pouco daquilo que lê, o que, consequentemente, dificulta a escrita.

Acredito, como Damazio, que “Ninguém cria a partir do nada, nem é tão original quanto imagina, ou gostaria. Cria-se a partir do que se lê e do que a leitura provoca na imaginação do leitor ou em sua consciência da linguagem, suas limitações e potencialidades.”[1].

Nesse sentido, espero que a leitura dos textos aqui publicados, sejam eles poemas, trovas, sonetos, contos e crônicas, contribua para a ampliação da consciência crítica dos leitores e da vontade de ler.

Caetano Veloso retrata bem essa importância na canção Livros, no álbum de mesmo nome, lançado em 1997, e que recebeu, em 2000, o Prêmio Grammy na categoria de Melhor Disco de MPB.

“Tropeçavas nos astros desastrada

Quase não tínhamos livros em casa.

E a cidade não tinha livraria

Mas os livros que em nossa vida entraram

São como a radiação de um corpo negro

Apontando pra a expansão do Universo

Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso

(E, sem dúvida, sobretudo o verso)

É o que pode lançar mundos no mundo.”[2]

 

Boa leitura!

                                                                    Regina Célia Pinheiro da Silva

Presidente da ATL- Biênio 2022-2023

 



[1] DAMAZIO, Reynaldo. Carpintaria do processo criativo. Conhecimento prático / Literatura, São Paulo, nº 79, p. 34-35, ago. set. 2018.

[2] Disponível em: https://www.letras.mus.br/caetano-veloso. Acesso em: 19 out. 2022.