FRANCISCO ESTEFOGO - Cadeira nº 23 da ATL - Patrono: José Pedro Saturnino

Apresentação 

Por mais que a humanidade vislumbre a felicidade plena, é sabido que, à exceção do mundo das fadas, a “vida-que-se-vive” (Marx, Engels, 2006) é irremediavelmente atravessada pelas inerentes intempéries e, claro, igualmente por episódios jubilosos, no decorrer de toda a nossa efêmera passagem pelas bandas de cá. Do ponto de vista filosófico, alguns pensadores concebem a existência humana na seara desses altos e baixos de forma paradoxal. Hedonista que só, Epicuro, por exemplo, filósofo grego do século IV a.C., defendia de maneira clara e direta que o verdadeiro regozijo residia na experiência dos prazeres humanos. Aristóteles, por sua vez, também filósofo grego que viveu entre 384 e 322 a.C., afirmava que o autêntico deleite pertencia somente apenas aos sábios, ou seja, a uma elite social que empregava seu amplo conhecimento para conduzir uma vida ética e justa. Já Sigmund Freud, o renomado pioneiro da psicanálise do século XIX e XX, argumentava que alcançar plenamente a satisfação era uma ideia utópica. É nessa gangorra das inexoráveis emoções do nosso existir que este livro se inspira para propor reflexões com base em outras ponderações filosóficas.  

 

Francisco Estefogo