Cadeira nº 14 - Patrono: Paulo Camilher Florençano
Taubateano, nasceu em 18 de abril de 1913 e faleceu, aos 75 anos, em 27 de maio de 1988. Foi um grande historiador e museólogo, além de exímio desenhista. Além disso, Paulo Camilher Florençano foi professor primário e depois professor secundário de desenho e história.
Aos 25 anos (1938) foi para São Paulo assumindo como desenhista-projetista o Departamento de Educação Física. Logo depois, passou a desenhista-chefe da seção de propaganda e educação sanitária do Departamento de Saúde do Estado de São Paulo. Foi ilustrador da seção de turismo do jornal “O Estado de São Paulo” e colaborador da Revista de Geografia, da USP.
Trabalhou por vários anos em São Paulo e restaurou um casario de estilo setecentista (século XVIII) criando o Museu da Casa do Bandeirante (1954), para preservação da memória do passado histórico, já que tem paredes de taipa de pilão (construção com barro socado, característica do período colonial). Foi seu primeiro diretor, empenhando-se na preservação da casa.
Além desse Museu, recuperou uma casa, também com paredes de pau-a-pique, que ficou conhecida como a Casa do Grito, por sua semelhança com a que está no quadro “Independência ou Morte” (1888), de Américo Vespúcio, na proximidade das margens do rio Ipiranga. Segundo dados históricos, a casa havia sido um local de passagem e pouso dos tropeiros e viajantes ao longo do desbravamento, e Paulo planejou a instalação desse ambiente na casa.
Paulo Camilher Florençano foi grande colaborador da Revista Paulistânia, publicada em São Paulo por quarenta anos, de 1939 a 1979.
Tinha o hábito da leitura constante e escreveu vários textos sobre Taubaté e sobre São Paulo, visando resgatar e preservar a memória da história, da cultura e do povo. Gostava de fotografar. Como gravurista, ilustrou vários livros, textos e documentos seus e de contemporâneos de quem era amigo como: Gentil de Camargo, Cesídio Ambrogi, Dr. Hugo Di Domênico, Felix Guisard Filho, Emilio Amadei Beringhs. Tinha muito contato com a historiadora Maria Morgado, que foi membro titular da Academia Taubateana de Letras, com quem estava, inclusive, organizando seus textos para futura publicação.
Em 1960, quando se aposentou das inúmeras atividades que desenvolvia em São Paulo, retornou a Taubaté. Assumiu a implantação e organização da Divisão de Museus, Patrimônio e Arquivo Histórico (DMPAH), de Taubaté, tendo planejado sua organização a partir dos conceitos da unidade especializada da UNESCO. Foi seu diretor de 1975 a 1988, quando de seu falecimento.
Fundou, ainda, museus em vários municípios paulistas: Serra Negra (Museu de Artes Plásticas, 1975), Ubatuba (Museu Histórico, 1966), Aparecida do Norte (Museu Socioeconômico do Vale do Paraíba, 1975). Também criou o Museu de Arte Sacra, na igreja Nª. Srª do Pilar, em Taubaté (1985).
Ainda participou da criação da Casa de Dona Beja, em Araxá, Minas Gerais, em 1965. Em 1978 casa-se com a professora e poetisa Wanda Sarmento Florençano (não tiveram filhos).
Em Taubaté, dá nome a uma rua no Bairro Imaculada, a uma avenida no Alto São Pedro; a uma creche e escola no bairro Água Quente; e a uma escola, na Vila São Geraldo. Ajudou a fundar o Clube dos “21 Irmãos Amigos de Taubaté” e foi membro fundador do “Instituto de Estudos Valeparaibanos” (IEV).
Paulo Camilher faleceu em Taubaté, antes de ver construído e em funcionamento o museu que leva o seu nome, localizado no Jardim Ana Emília, em um prédio inspirado nos casarões das fazendas de café. Esse museu abriga o Museu Histórico “Professor Paulo Camilher Florençano”; a “Pinacoteca Anderson Fabiano”; o Museu da Imagem e Som de Taubaté; o Museu da Tecnologia Rural (em reforma); o Arquivo Histórico “Dr. Félix Guisard Filho”; e a Hemeroteca Antônio Melo Júnior, que contém exemplares de jornais brasileiros desde 1861 e um grande acervo bibliográfico. O Museu dos Transportes foi transferido para o Museu da Imigração Italiana de Quiririm “José Indiani”.
Segundo informação na página do Professor Mestre Diego Amaro de Almeida, Paulo Camilher recebeu o “Colar de D.Pedro I”, e a a comenda “Martin Afonso de Souza”.
Publicou oito livros, entre eles: “O brasão e a bandeira de Taubaté”, “Gentil de Camargo – Poesia e Prosa”, “Roteiro de Ubatuba” e “Roteiros das velhas sedes de fazendas cafeeiras”.
FONTES:
http://historiavaledoparaiba.blogspot.com/2013/02/100-anos-de-paulo-camilher-florencano.html
https://www.migalhas.com.br/drpintassilgo/27324/taubate/historico-da-cidade
https://pt.slideshare.net/geanpitta/taubat-museu-prof-paulo-camilher-florenano
https://www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br/sobre-mcsp/casa-do-grito/